No portão de casa… o dia em que fui puta por engano

Não sei se fica bem uma mocinha de família, como eu falar essas coisas, mas a verdade é que naquele dia eu estava em ponto de bala. Coçava mais que mordida de borrachudo e eu tinha passado a semana inteira sem me masturbar, me guardando para o grande sábado, junto de Dorival, na cama com ele, com aquele mastro deveras avantajado que me estuprava a cada vez que me penetrava.
Fazia já mais de mês que não nos víamos “adequadamente”, por uma série de motivos até que as coisas se acalmaram e marcamos um sábado só para nós.
– Quero uma grande noitada – Eu dizia para ele – Vamos fazer 3 anos de namoro e isso merece uma boa comemoração.
Só que esqueci de explicar a ele o tipo de comemoração que eu queria. Quando vi, chegou em minha casa com uma turma de amigos e lá fomos nós para a pizzaria e depois para um barzinho noturno, dançar, festejar e dar voltas pelos altos da cidade.
Até que parar sob uma árvore, admirar a cidade lá embaixo e dar uns pegas legal seria uma alternativa… Mas como, se estávamos em seis no se carro?
A toda hora eu pensava que ele iria então dispensar a turma e me levar para o cantinho que eu tanto queria. Mas tudo o que fazia era inventar outros lugares para ir. Acabei tendo realmente uma noitada daquelas. Nunca visitei tantos lugares como naquela noite… e eu queria ir a um lugar só.
O jeito é chegar em casa e me aliviar sozinha, pensava eu, já pelas seis da manhã, quando o batalhão resolveu se recolher.
Meu querido namorado foi deixando um a um em suas respectivas casas e ainda assim eu delirava com a idéia de que eu seria a última e ele não me levaria para casa.
Doce ilusão. Deixou-me no portão, depois de me dar um grande e caloroso beijo, e foi levar para casa seu amigo do peito, que dormia no banco de trás do carro, bêbado feito gambá.
Ainda excitada e esperançosa de que um milagre acontecesse, fiquei no portão vendo o carro dele se afastar na longa avenida. Foi então que ouvi uma buzina e olhei displicentemente, pensando ser algum amigo ou conhecido que estava passando. O dia estava já clareando.
Um sorridente sujeito dentro do carrinho, já um tanto velho, desacelerando, encostando e me chamando para dentro do veículo. Fui até ele ainda pensando ser algum conhecido. Enfiei a cara no vidro da porta igual fazem as prostitutas de rua, mas ele a abriu e eu entrei ainda sem saber quem era.
– Dá pra fazer um programinha ou já encerrou? – pergntou ele.
– Encerrou o que? – perguntei, sem realmente estar entendendo a dele, ou pensando ser brincadeira de algum amigo engraçado.
– Fecha aí. Vamos conversar.
O carro começou a rodar e a porta fechou praticamente sozinha. Ainda perguntei timidamente para onde estava me levando e ele respondeu que não iríamos muito longe. Que havia um lugar ali perto. ..
– Não me importo o quanto você cobra…
– O quanto eu cobro? – cortei sua fala. – Vamos parar com essa brincadeira! Eu… Meu Deus!
Quando vi, estávamos entrando num hotelzinho de sei lá qual categoria. Desconfiei então que aquilo devia ser alguma armação do Dorival, alguma surpresa boa que ele havia me aprontado. Topei entrar para ver no que dava. Tive que mostrar e deixar minha identidade na portaria, atravessamos um corredor e entramos num quartinho que mais parecia a lavanderia lá de casa. Fiquei olhando atônita aquele ambiente enquanto ele foi se despindo sem a menor cerimônia…
– Não me importo com o quanto você cobra. Eu pago. Mas eu quero fazer como se fosse de verdade…
– De verdade…?
Deu-me um estalo. Não era surpresa do Dorival coisíssima nenhuma. O tal estava me tomando por uma prostituta. Será que foi pelo modo como eu encostei no carro? Mas ainda restava a dúvida.
– Sim, de verdade. – continuou ele – Não tem graça nenhuma trazer uma mulher para cá e ela só levantar a saia pra gente botar dentro e gozar. Eu quero te ver pelada, peladinha. Quero que a gente faça tudo direitinho como se fôssemos marido e mulher. Quero que você faça como se realmente estivesse querendo fazer. Como se estivesse gostando e gozando também. Estou disposto a pagar até dez vezes mais do que você costuma cobrar, mas eu quero uma noite, ou melhor um dia inesquecível. Quero ficar contigo aqui até não agüentarmos mais, quero…
Eu não podia acreditar. De repente eu era uma prostituta num quartinho de hotel barato, com um cara que eu nem conhecia e que pedia para que eu o fizesse feliz. Ele já ia chegando junto a mim e ensaiando tirar minha roupa. Dei dois passos para trás, Ainda sem saber o que fazer.
– Por favor. Esqueça sua profissão. Eu hoje quero que você seja mulher apenas. Uma mulher com desejos, com vontade… minha mulher.
Começou a desabotoar minha blusa.
– Se não der, pelo menos finja… por favor… finja que me quer.
Minha blusa caiu no chão, depois meu sutiã, minha calça…
– Eu não sou o que você pensa, eu …
– Eu sei. Eu sei. Mas não custa nada fingir. Eu te pago. Eu te pago muito bem, mas finja por favor, finja. Eu nunca tive uma mulher de verdade. Estávamos já na cama barulhenta, de colchão duro e (achei) sujo. Minha calcinha era a única barreira a ser rompida pelo carente homem. Beijou-me. Beijou minha boca e eu senti certa aversão pelo desconhecido. Depois beijou-me o pescoço, os ombros, os seios. Mordiscou-os deliciosamente. Meus mamilos entre seus dentes… Parecia que a qualquer momento ele iria decepá-los com uma mordida mais forte.
Mas ele sabia morder. Nunca sentira tanta tesão nos seios. Mas não foi só. Em poucos instantes ele estava retirando minha calcinha para fazer em meu sexo o mesmo que fizera em meus peitos. Que língua! Que boca! A cama rangia e eu sentia que a cidade inteira poderia nos ouvir. Ouvir os rangidos somados aos meus gritos e gemidos. A língua calorosa do homem lambia-me com uma volúpia que eu nunca sentira.
Como podia ele fazer isso? Como podia ele chupar uma xoxota que passara a noite toda fazendo programas com desconhecidos? Como tinha coragem de por a boca num buraco que estava cheio de esperma de tudo quanto foi homem que pagou para se aliviar ali?
Eu me sentia a mais feliz das prostitutas, a mais mulher das mulheres.
Então ele quis penetrar-me mas não deixei. Não era justo que o pagante homem não tivesse o merecido serviço. Fi-lo ficar de pé na cama e eu, sentada, tomei em minhas mãos seu membro para fazer nele o mesmo que fizera comigo. Coloquei-o na boca e senti que o homem delirava como se nunca tivera sentido algo assim. Chupei com vontade, com tesão. Não me importava mais de quem era a vara que estava em minha boca. O que eu queria era extravasar meu tesão acumulado de muito tempo. E parece que essa era também a vontade dele, pois premia minha cabeça como uma mãe premendo a cabeça de um bebê contra seu seio. Seu membro não ficava a dever nada em tamanho para a rola do meu desavisado namorado.
– Faz gostoso, faz, moça. Finja que você é minha namorada. Finja.
Eu não precisava fingir. Meu fogo não havia se apagado, a despeito de todas as decepções da noite. Pelo contrário estava mais aceso ainda. Deitei-me na cama e deixei que ele me varasse com toda sua fúria apaixonada.
– Finja que você é minha mulher, finja.
– Eu não posso fingir. Eu te quero de verdade. Estou com vontade. Você é meu macho gostoso. Trepa comigo. Come minha xoxota, come. Ela ta muito a fim de você, do seu pinto gostoso. Me faz mulher. Me faz feliz. – Eu gritava.
Gritos e ranger da cama. Sabia que o hotel todo, da recepção ao mais escondidos dos quartos estava me ouvindo. Se outros casais ali houvessem na certa estariam parados, ouvindo e rindo da mulher que gritava feito louca num momento de prazer. O homem não gritou. Parece que meus gritos já eram o suficiente para ele. Apenas se desfez dentro de mim como um menino em sua primeira transa… nem conseguiu segurar por muito tempo. Eu gozei quase junto com ele, alguns segundos depois. Mas nem era preciso tanta pressa porque sua vara não amoleceu. Permaneceu rígida como um concreto indo e vindo dentro de mim, rasgando meu sexo, tocando meu útero, enchendo-me de prazer. Trocamos de posição.
Ele queria que eu ficasse de quatro, depois por cima dele; deitada de bruços; em pé… era insaciável. E eu também.
O sol quente da manhã inundou o quarto e nem nos preocupamos em fechar a janela. O calor invadiu o ambiente e o quarto barato tornou-se uma sauna. Tentamos tomar um banho mas não havia água e sequer um telefone para reclamarmos na portaria. Ainda assim achamos tesão suficiente para voltarmos para a cama e repetir tudo de novo. Meus gritos engasgavam as pessoas que já almoçavam naquela hora. O silêncio do homem só era quebrado pelo seu jorrar dentro do meu ventre. Perdi a conta de quantas vezes ele se desfez em minha vagina. Nem me preocupei em saber quantas vezes me desmanchei em sua rola.
– Melhor ir embora – disse eu – Aqui está insuportável.
– Também acho. – disse o homem – Se ao menos pudéssemos tomar um banho… desculpe mas da próxima vez vamos a um lugar melhor.
– Próxima vez?
– Claro! Eu nunca achei uma… uma…
– Prostituta.
– Ta bom. Eu nunca achei uma prostituta como você. E agora que achei não quero perder. Me diga quanto é o seu trabalho de hoje e das outras vezes vou te pagar mais ainda.
– Hoje eu não quero receber nada.
– Como assim? Você precisa…
– Preciso sim… preciso de prazer, de vida… você me deu tudo isso hoje. Não tenho que receber mais nada. Estou mais do que paga.
Mesmo assim não pude impedir que ele colocasse um maço de dinheiro no meu sutiã, enquanto me vestia. A roupa grudava no corpo, parecia um inferno, de tão calor que estava.
– Como posso te encontrar de novo? – perguntou ele, já na saída daquele muquifo.
Não achei um jeito de dizer que não haveria uma próxima vez. Minha mente foi invadida pela presença acusadora do meu namorado. Era a primeira vez que eu o traía e não queria trair de novo. Mas o homem ao meu lado…
– Tente passar no meu portão num domingo de manhã – disse eu – entrando no seu carrinho.
Ao chegar em minha casa ele falou com ar de menino apaixonado.
– Eu nunca tive uma noite, quero dizer um dia, igual a esse.
– Nem eu – respondi – Nem eu.
Fiquei parada no portão, até que seu carrinho sumisse numa esquina e então corri para o chuveiro, nem tanto mais para me livrar do incômodo que o calor provocava em meu corpo, mas para ficar debaixo d´água, recordando momentos tão deliciosos, principalmente, não sei porque, quando eu estava de quatro, como sua prostituta, sua cadela. Acho que nunca me senti tão mulher como naqueles momentos.

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