dez 30 2016
O gostoso ferro do ferreiro
Hoje, sou empresário do setor metalúrgico. Tudo, porém, começou quando me tornei aprendiz de ferreiro, há muito tempo atrás. A menos de uma quadra da casa onde fui criado, um velho ferreiro exercia sua profissão já por mais de cinquenta anos. Ainda menino, minha mãe me “entregou” ao ferreiro Mateus para que ele me ensinasse o ofício. Assim eu passei a estar na ferraria, aprendendo a fazer ferramentas, sempre que não estava na escola regulamentar. Eu adorava ajudar a aquecer o ferro até ele ficar totalmente vermelho e naquela peça incandescente moldar ferramentas agrícolas e facas de cozinha. O velho ferreiro era um sujeito bem humorado que morava sozinho nos fundos da ferraria. Era um solteirão convicto. Não que não gostasse da “coisa”, pois os comentários (nunca desmentidos) a respeito das mulheres que frequentavam sua cama eram sempre generosos. Contavam também, e isto igualmente ele nunca desmentiu, que ela era frequentada, de vez em quando, por gays. Nos meus primeiros tempos de aprendiz de ferreiro, eu não notava nada diferente no velho Mateus. Adolescente, contudo, percebi que ele se interessava demais por mim. Era um interesse “suspeito”, sem dúvida alguma. O “perigo” era que eu também ficava excitado quando chegava perto dele. Sua proximidade física e o ritmo da respiração me provocavam um intenso tremor na espinha. Perto dele, eu ficava arrepiado. Já tinha visto, meio que acidentalmente, o pau do velho Mateus. Um dia ele deixou a porta do banheiro da ferraria só encostada. Entrei e o flagrei fazendo xixi. Sua ferramenta era bonita e razoavelmente comprida, apesar de não ser excessivamente grossa. Na medida para entrar em mim, imaginava eu. Desde aquela encantadora visão, passei a ter sonhos eróticos com meu mestre-ferreiro. Era um tempo da vida em que minha sexualidade pendia ora para heterossexual, ora para homossexual. Eu sentia alguma atração por meninas, mas ao mesmo tempo sentia impulsos de estar nos braços de um macho. E o velho Mateus era do tipo que me atraía. Era alto e magro. Quando fiz dezesseis anos, notei que ele passou a sentar-se cada vez mais perto de mim, a esfregar-se com alguma sutileza no meu traseiro e a me abraçar forte sempre que eu chegava e saía da ferraria. Comecei também a perceber o volume que se formava entre as pernas magras do velho quando ele estava perto de mim. Como eu já não era mais um moleque ingênuo e também porque me sentia profundamente atraído pelo velho ferreiro, passei a demonstrar-lhe, em gestos sutis, que se quisesse avançar o sinal eu estava pronto para seus avanços. Como eu havia passado a estudar no turno da noite do colégio do nosso bairro, certo dia “seo” Mateus me convidou para depois da aula chegar na ferraria e com ele comer um peixe grelhado. Avisei minha mãe que naquela noite eu voltaria para casa mais tarde. Mamãe concordou e eu então me preparei para dar o cuzinho pela primeira vez. Para mim, não havia mais dúvidas sobre as intenções do velho ao fazer-me o convite de jantarmos juntos. Aquele dia foi de elevada ansiedade e parecia não passar nunca. Saí do colégio e, conforme o combinado, fui ao encontro do velho. Jantamos, tomamos um pouco de vinho e fomos os dois para uma janela olhar o movimento da rua. Encostadinhos um no outro, olhando para fora, “seo” Mateus pousou a mão grande e calejada no meu traseiro e começou a fazer nele uma leve massagem. Sua respiração ficou mais ofegante e com a boca encostada no meu ouvido ele me cantou. Sem meios termos, disse que tinha forte atração por mim e queria comer meu cuzinho naquela noite. Que vinha pensando naquele momento desde quando pisei pela primeira vez na sua ferraria. Só nunca saíra da linha antes tempo, claro, porque eu era ainda uma criança e ele conseguia conter seus impulsos eróticos diante de crianças e adolescentes. Eu estava então com dezesseis anos, idade suficiente para consentir ou não com uma relação sexual. Mas eu não tinha mais nenhuma dúvida sobre o caráter do velho ferreiro. Ele era um homem de bem, confiável, e já por mais de cinco anos meu chefe-mestre. Muito eu tinha aprendido com ele naquele tempo todo, tanto na profissão quanto no comportamento, conduta e normas civilizadas de convívio social. E como eu também estava em brasas, tremendo de emoção sugeri ao “seo” Mateus para sairmos da janela e nos deitarmos na sua cama. Ele topou na hora e até me antecedeu na ida ao quarto. O velho também estava subindo paredes de tanto tesão. Mesmo assim ele manteve a calma e me preparou para o ato final, que só correu cerca de meia hora após termos deitado. Experiente na arte, ele fez a coisa tão certinha para me possuir pela primeira vez, que tudo o que senti foi bem-estar, conforto e a delícia do vai-vem cadenciado daquele cacete gostoso entrando e vindo no meu cuzinho. O velho ferreiro era o primeiro homem a passar o ferro em mim, e eu adorei. Naquela noite, apesar dos muitos anos de jornada, “seo” Mateus me tacou o ferro mais uma vez. Cada trepada sua, para mim, era o melhor que o sexo com um homem podia me proporcionar. Eu gostava muito, mas muito mesmo do velho ferreiro. Fui criado sem uma figura paterna, e ele passou a ser não só minha referência moral na vida, como também o meu homem. Em todos os sentidos. Ter ele em cima de mim, carinhosamente me possuindo o cuzinho, era o melhor que podia acontecer naqueles tempos e, na minha compreensão, que eu lhe poderia fazer. Um homem bom que cuidava de mim, que gostava muito de mim e que de certo modo ajudara muito na minha educação, dada minha tendência sexual homoafetiva, se quisesse, poderia ser mesmo meu primeiro homem na cama. Dar para ele, com certeza era reconhecer nele a expressão do amor. Fui o que eu fiz, com muito gosto e elevado prazer. Até os 18 anos, quando terminou legalmente meu período de aprendizado, eu e o velho ferreiro fizemos sexo quase todos os dias. Ele me “poupava” apenas nos dias em que se sentia muito cansado ou com a saúde claudicando. O velho ferreiro me passava o ferro de quatro, em pé, deitado. Enfim, ele adorava o meu cuzinho em qualquer posição. E dar para ele era o melhor que podia me acontecer na vida. Mamãe jamais suspeitou de meu relacionamento íntimo com “seo” Mateus. A gente fazia as coisas sempre bem feitas, depois que ele fechava a ferraria para o público. Nossos momentos íntimos somente a nós pertenciam. Depois que fui considerado um ferreiro profissional e parti para montar a própria ferraria, meu velho mestre e amante me ajudou em tudo, inclusive doando alguns equipamentos necessários ao exercício da profissão. Nesses tempos, embora já com menor frequência, continuei frequentando sua ferraria e sua cama, sempre depois do expediente na minha oficina. Ele nunca sequer insinuou que eu teria que me abster de dar para outros homens, ou mesmo de ter contato com mulheres. Mas como eu só tinha olhos (e bundinha) para ele, enquanto ele morou em nossa cidade eu fui exclusividade sua. Apenas depois dele, já alquebrado e doente, ter sido levado para outra cidade por um sobrinho seu, é que busquei novos relacionamentos homo-afetivos. Despedimos-nos com uma trepada, que se lhe foi um tanto penosa, foi também de seu pleno agrado, mesmo porque a iniciativa daquele ato final partiu dele. Que saudade hoje eu ainda sinto do meu velho mestre-ferreiro. E do seu maravilhoso ferro, é claro.
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30 de dezembro de 2016 15:05
ótimo conto. parabéns.
Anônimo
30 de dezembro de 2016 12:52
Eu queria muito, muito ter um machao assim para cuidar de mim…
Queria muito ser o garotinho frágil para um macho ferrudo…
J